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Quais são os desafios para mulheres no TI?

Quais são os desafios para mulheres no TI?

Uma mulher, Ada Lovelace, criou o primeiro programa de computador do mundo, enquanto que o primeiro computador brasileiro também teve participação fundamental de uma mulher, Edith Ranzini.

Porém, apesar de a importância das mulheres para o desenvolvimento da tecnologia, elas ainda ocupam pouco espaço no setor e, quando conseguem se inserir, diversos desafios se apresentam em seu caminho.

Hoje, é estimado que as mulheres sejam apenas 30% dos profissionais de TI do Brasil. E isso não é à toa. Afinal, a sociedade ainda carrega diversos traços do machismo que dificultam a entrada e permanência das mulheres nesse setor, desde o início da carreira.

Essa situação pode ser diferente e, para modificá-la, é importante que você entenda quais são os principais desafios para as mulheres no TI. Continue a leitura!

Por que a sociedade e a cultura influenciam neste aspecto?

Os desafios para a inserção das mulheres no mercado de TI começam desde a infância. Afinal, na sociedade brasileira, ainda há diferenças gritantes na criação de meninos e meninas que podem gerar desigualdades ao longo de toda a vida.

Afinal, meninas ainda ganham mais brinquedos relacionados ao cuidado de casa e dos filhos, como bonecas e panelas. Enquanto isso, os meninos são mais incentivados à brincar com carros, videogames e outros elementos mais relacionados à tecnologia.

Ao longo do tempo, isso pode impactar a carreira escolhida. Afinal, com menos familiaridade e incentivo para lidar com questões relacionadas à tecnologia, as mulheres podem se sentir menos inclinadas à escolher a área ao longo da vida, o que já prejudica, desde o início, a sua inserção.

Machismo: quais influencias exerce?

Quando as mulheres decidem se inserir no mercado de tecnologia, os desafios podem ser ainda maiores. Afinal, desde a faculdade, elas frequentam turmas predominantemente masculinas e com tendências a serem ambientes machistas e hostis.

E isso não termina na faculdade. Dentro das empresas, o ambiente também pode ser bastante machista, o que gera problemas para que as mulheres consigam mostrar todo o seu potencial e, em casos extremos, pode afetar a vida pessoal e saúde mental das mulheres que atuam no setor.

Vale destacar algumas das atitudes machistas que devem ser combatidas nesses ambientes para superar esse desafio. A mais comum delas é a necessidade de que as mulheres mostrem mais trabalho e produtividade para serem levadas à sério. Situações de assédio e discriminação ainda são, infelizmente, comuns.

Teto de vidro: o que é este conceito?

Uma outra questão que pode oferecer dificuldades para que as mulheres se insiram na TI é o chamado “teto de vidro”.

Esse é um fenômeno comum no ambiente corporativo no qual as mulheres conseguem se inserir dentro das empresas, porém possuem um limite subjetivo de crescimento, não conseguindo ascender à posições de liderança nas organizações.

Ou seja, existe um “teto de vidro” que, apesar de não ser visível ou não falar sobre ele, limita o crescimento das mulheres dentro da instituição. Isso é evidenciado quando se pensa em dois trabalhadores de TI com habilidades e competências semelhantes. Na hora de promover um deles, geralmente o homem é escolhido, mesmo quando a mulher é mais ou tão qualificada quanto ele.

Por que a representatividade feminina é tão importante?

Pense em um profissional de TI “padrão”. Quem você imaginou? Para a maioria das pessoas, esse profissional é um homem branco. É nesse contexto que fica evidente a ausência da representatividade feminina no setor, o que representa um grande desafio para que as mulheres se insiram na área.

Isso porque na mídia e diversos contextos sociais, não há muitas mulheres atuando na área — apesar da grande contribuição que elas geram, como foi apresentado no início do artigo. Dessa forma, as meninas podem, nem ao menos, imaginar que essa é uma opção possível de carreira, uma vez que não veem pessoas parecidas com elas atuando no setor.

Para além do incentivo de entrada das mulheres, a pouca representatividade também traz problemas para quem atua no TI. Afinal, por não serem consideradas com um profissional de TI “padrão”, as mulheres são pouco valorizadas e, muitas vezes, questionadas.

Os líderes acabam por não confiar, consciente ou inconscientemente, no trabalho feminino em TI. Nos processos seletivos, homens podem ser privilegiados por “parecerem mais profissionais” do que as mulheres, o que também dificulta a entrada e permanência delas na área.

Desafios: como superá-los?

Um outro grande desafio para mulheres no TI são as outras demandas que são colocadas para elas pela sociedade e, inclusive, seus familiares e parceiros. Isso porque, desde nova, muitas mulheres precisam assumir responsabilidades de cuidado com a casa e da família, o que prejudica sua inserção no mercado de trabalho.

Essa é a chamada jornada dupla feminina. Para entender melhor, imagine a rotina de um homem e de uma mulher trabalhadora. Em uma família tradicional, o homem, quando chega em casa, pode descansar e se dedicar a outras atividades, como cursar um MBA ou uma pós-graduação e estudar diversos temas.

Já a mulher, após a jornada de trabalho, precisa se dedicar ao cuidado da casa e dos filhos, o que não permite que ela se dedique a outras atividade e ainda faz com que ela se sinta mais cansada no dia seguinte.

Dessa forma, a mulher acaba tendo mais dificuldades na inserção profissional, tanto na área de TI quando em outros setores. Mesmo em famílias mais modernas, ainda é difícil combater essa tradição da jornada dupla feminina, uma vez que os homens não foram ensinados sobre os cuidados com a casa e a rotina doméstica.

Combater esse desafio é essencial para garantir que as mulheres tenham a oportunidade de se desenvolver profissionalmente e aproveitarem momentos de lazer e descanso, mesmo quando escolhem ter uma família.

Como você pode perceber, os desafios para mulheres no TI ainda são muitos. Porém, é papel de todos — homens, mulheres, empresas, líderes e sociedade — contribuir para combatê-los e, com isso, criar um ambiente cada vez mais igualitário, tanto na TI quanto em outros setores da economia.

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