Modelos de investimentos de TI
Os investimentos de TI eram vistos como despesas pela alta administração, e isso não faz muito tempo. Só quando uma determinada estrutura chegava ao seu limite, muitas vezes indisponibilizando sistemas, é que as verbas – na maioria das vezes, justas – eram aprovadas para a aquisição de novos equipamentos. Não se pensava em crescimento vegetativo, e capacity performance era algo inimaginável.
A velocidade com que a tecnologia avançou nas últimas décadas e a dependência cada vez maior das áreas de negócio fizeram surgir uma nova visão sobre a área de TI e sua relação com a empresa: o que era despesa transformou-se em investimento; e o que eram sistemas de apoio à venda e produção transformaram-se em diferencial competitivo capaz de definir a sobrevivência ou não de uma empresa.
O mercado ficou tão competitivo e dependente de TI que, recentemente, foi necessária a criação de um novo conceito para conseguir atender às necessidades das empresas – o que foi chamado, conceitualmente, de TI Bimodal, dividindo a TI em duas: uma, responsável por entregar serviços; outra, apelidada de TI oportunista, que estaria pronta para aproveitar novas oportunidades.
Como a capacidade de investimento das empresas é limitada à necessidade de aumentar acertos e diminuir erros e desperdícios, essa nova TI tornou-se vital, assim, novos conceitos de investimento foram criados com base em três pilares: fear, fact and faith – que, em português, querem dizer: medo, fato e fé.
As decisões de investimento feitas com base em fear, ou seja, no medo, têm como princípio manter o negócio funcionando. Podem significar atualizar uma infraestrutura ou atender uma determinada lei ou regulamentação por uma necessidade de segurança da informação. Nesse tipo de investimento, seu maior objetivo não é ter retorno do investimento, mas sim garantir a posição comercial atual.
Os investimentos com base em fact, ou seja, no fato, têm um objetivo financeiro muito bem definido e, obviamente, buscam retorno sobre o que foi despendido. Para isso, investe-se em aumento de produtividade, num novo produto que irá alavancar a empresa no mercado e em reduzir custos com processos. São também criteriosamente estudados e financeiramente planejados, bem diferentes dos investimentos realizados com base no medo.
Por fim, os investimentos baseados em faith, ou seja, na fé, são apostas feitas pela alta administração com o objetivo de dar um salto e conquistar um mercado inexplorado ou deslocar um concorrente. Com um nível alto de incerteza, utilizam-se técnicas sofisticadas e pesquisas, procurando entender o que o mercado gostaria de consumir no futuro.
Por mais que os modelos avancem e o mercado torne-se cada vez mais competitivo, as empresas demonstram que, em sua maioria, ainda utilizam práticas baseadas em medo e fato para fazer seus investimentos em TI. Portanto, nota-se que investimentos baseados em fé, na maioria das vezes, só são realizados quando a única alternativa que a empresa tem para se manter viva é mesmo a fé.