fbpx

Outsourcing tem que ser bom para quem compra e para quem entrega

O principal argumento que motiva as empresas a optar por terceirizar sua área de TI é a economia. O sonho das empresas é pagar menos e ter uma melhoria nos níveis de serviços ainda existentes. Contudo, é sabido que milagres não existem e pagar menos com esperança de melhorar o nível de serviço recebido não soa nada razoável.

Quando temos, de um lado, empresas que procuram pelo dito “milagre”, contratando outsourcing, aparecem, por outro, empresas prestadoras de serviços dispostas a vender qualquer coisa para ganhar o contrato.

Para se proteger de possíveis problemas criados com as propostas mirabolantes, a empresa coloca cláusulas de proteção no contrato e acredita que estará protegida.

Ao longo do processo de migração, aparecem coisas interessantes, como os profissionais protegidos e as áreas vitais. Então percebe-se que nunca tanta área se transformou em vital de uma hora para a outra. Vale lembrar que as empresas, habitualmente, terceirizam os times de TI, mas mantêm os gestores, segundo elas, para fazer a interface entre a prestadora de serviços e as áreas de negócio.

Como a empresa prestadora não quer ter muitos problemas até o final da migração, resolve abrir algumas concessões e contrata todos os colaboradores protegidos das áreas vitais, com valores maiores que os planejados.

Com o tempo, a perda de profissionais começa a acontecer. Seus principais motivos são: falta de visão do que irá acontecer, medo de um corte em curto prazo e incerteza de crescimento profissional.

Essas razões levam os profissionais a buscarem uma recolocação que traga a tranquilidade perdida com o processo de terceirização. O resultado disso é que o conhecimento adquirido durante anos vai pelo ralo, num estalar de dedos.

É comum o profissional, que foi terceirizado e que pede demissão, venha a processar as empresas. Isso porque ele continuou a fazer as mesmas coisas que fazia, com as mesmas senhas de acesso e, muitas vezes, reportando-se para os mesmos gestores da empresa contratante. A única coisa que mudou é que ele passou a receber menos.

No meio deste tumulto, aparece um monstro que começa a assombrar a área que ninguém gostaria: a de negócios.

Antes da terceirização, determinadas áreas eram atendidas prioritariamente porque o gestor era amigo do gestor da área de TI e acabava recebendo regalias. Porém, durante a elaboração da solicitação de proposta de outsourcing, esqueceram estes detalhes ou a área não queria pagar a conta das regalias.

Quem nunca passou pela situação de ouvir o telefone do chefe tocar e ele sair aos berros dizendo: “Para tudo e manda alguém resolver o problema da área de negócio”?

Olhando pelo lado de quem presta serviço, a vida também não é nada fácil. Começa com aquela oportunidade maravilhosa que irá impulsionar o faturamento da empresa e bater a meta do ano.

Quando aparece aquele e-mail com o convite de solicitação de proposta de outsourcing, sai todo mundo correndo, chamam o pessoal da pré-venda, vendas, RH, financeiro etc. Mas aqueles que vão operar o outsourcing só são lembrados depois da proposta ganha.

Aí começa o show de horrores: corta daqui, junta de lá. Onde era necessário cinco analistas seniores, coloca-se três júniores, por exemplo. Infelizmente, o papel aceita tudo e está montada a proposta ‘Frankenstein’.

Sabe o final desta história?

Prejuízo para todo mundo. A empresa contratante terá sérios problemas com as áreas que não foram envolvidas no processo de contratação do outsourcing e começam a perder oportunidade de negócios em função da redução da prioridade no atendimento. E a empresa contratada começa a ter prejuízo, pois terá que mudar os profissionais inicialmente planejados em detrimento das multas contratuais. Com todo esse cenário, é possível acreditar em milagres?

Contato

Deixe um comentário