Perfil do profissional para a TI Bimodal
Mas afinal, qual é o perfil do profissional para a TI Bimodal?
Um estudo recente realizado pela Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) mostrou que os jovens estão rejeitando a carreira de TI porque associam seus profissionais ao antigo estereótipo de pessoa bastante técnica, com vocabulário complexo, repleto de bits e bytes, e fechados no seu mundo, os conhecidos nerds.
Na mesma direção estão as empresas. Atualmente, elas valorizam mais os talentos que prezam pelo desenvolvimento de habilidades conhecidas como soft skills – ligadas a aspectos da personalidade, como comunicação, dinamismo, criatividade e empreendedorismo, com uma visão ampla de negócios –, do que aqueles que se limitam a ficar na frente de uma tela sem se comunicar com ninguém.
Para atender aos anseios dos jovens na escolha da profissão e suprir as necessidades das empresas, uma importante mudança ainda precisa ser realizada. A maioria das instituições de ensino não possui disciplinas que objetivem desenvolver o lado comportamental, elas ainda estão focadas em formar conhecedores de tecnologia e não profissionais com visão ampla de negócio.
É mandatório para o sucesso da TI Bimodal a mudança da postura e do conhecimento para o profissional de TI, sem ela, torna-se impossível a quebra da barreira entre as áreas do negócio. Também é verdade que é impossível conseguir uma mudança de todos os profissionais para este novo modelo. Porém, além de difícil, isto é desnecessário, afinal, as áreas de projetos operacionais terão pouca demanda nos próximos anos para profissionais com soft skill.
Nesses próximos anos, os profissionais com predominância em skill técnico não estão fadados ao esquecimento, muito menos à paralisia na carreira. Eles ainda alcançarão posições seniores, podendo chegar até a posições executivas, mas engana-se quem acredita que isso irá perpetuar-se.
A nova realidade do mercado está batendo às portas das instituições de ensino, e elas começam a dar os primeiros sinais de preocupação. Com medo de perder alunos, estão reavaliando seus conteúdos programáticos com o objetivo de levar para a sala de aula temas que antes eram abordados apenas em cursos de Humanas, tais como criatividade, inovação, capacidade de questionar corretamente seus usuários e coragem de propor novas ideias para executivos e clientes.
O que é certo é que a TI Bimodal não é uma moda e veio para ficar. A revolução que irá causar nos próximos 10 a 20 anos mudará completamente a relação de TI com toda a empresa e, principalmente, com os clientes.
Para quem ainda duvida das mudanças, é só olhar para trás: há 20 anos, diversas carreiras que possuíam enorme status e remuneração passaram do topo para a base da pirâmide, como é o caso dos analistas de suporte técnico.
Certamente, daqui há 20 anos, outras tantas carreiras simplesmente desaparecerão ou se tornarão insignificantes. Aos profissionais, resta quebrar o paradigma da resistência a mudanças, sair da caixa, buscar sempre o conhecimento e saber que estar na vanguarda tem muito mais benefícios do que permanecer rígido não admitido que o mundo mudou.