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Por que o gerente de projetos é sempre o grande culpado pelo fracasso dos projetos?

Para entender os fracassos do presente, primeiro, é preciso entender as promessas do passado. Todo projeto começa com uma ideia que irá solucionar um problema, reduzir despesas e/ou aumentar receitas.

Comumente, as empresas que necessitam implementar projetos não possuem profissionais com a competência necessária para transformar uma ideia em realidade. Assim, coloca-se a ideia num papel, com o bonito nome de “RFP” – do inglês, Request For Proposal – ou, em bom português, “Conjunto de documentos a serem enviados aos fornecedores potenciais para elaboração de propostas técnicas e comerciais”.

Os departamentos de pré-venda das empresas convidadas começam a desenhar soluções mirabolantes, todas com o menor custo possível e implementação rápida. O departamento comercial precifica o esforço, os materiais necessários e, Eureca!, uma proposta técnica e comercial está pronta para ser entregue e atender às necessidades do cliente.

Passam-se muitas horas debruçados na mesa de negociação, de um lado, os implacáveis compradores com o objetivo eterno de comprar mais pagando menos, e, do outro, um exército de vendedores desesperados buscando de todas as maneiras possíveis “vencer” seus oponentes…

Redução de escopo está fora de negociação, o objetivo é mexer no tempo e nos custos. Após comer toda gordura possível nas margens de venda e a desistência dos fornecedores mais responsáveis, é anunciado o grande vencedor.

A legião de negociadores sai do palco e entram em cena os mágicos que terão a responsabilidade de transformar o sonho do cliente e a margem de lucro do fornecedor em realidade.

Sem muito esforço, o time de profissionais – capitaneado pelo gerente de projetos – conclui que o cronograma e os custos vendidos são absolutamente impossíveis de serem alcançados. Porém, para quem preza pelo emprego, não existe outra alternativa a não ser “fazer mais com menos”.

O time é montado, as reuniões de alinhamento do entendimento no cliente começam e o sonhado kick off acontece, tanto para o cliente como para o fornecedor. O único profissional com nome e sobrenome, conhecedor de tudo o que acontece no projeto é o gerente, o restante são apenas especialistas conhecidos por sua competência e não pelo (re)nome.

Não é necessário muito tempo para começarem os problemas. Com o dinheiro curto é impossível contar com especialistas sênior, então, tenta-se resolver com os menos experientes que, obviamente, pela falta de maturidade, demoram mais tempo para realizar as atividades e, muitas vezes, bem longe da qualidade esperada.

Desgraça anunciada. Os prazos começam a estourar. As margens estão muito distantes do esperado e, claro, ninguém vai lembrar das “traquitanas” feitas para se conseguir vender o projeto. Conclusão: precisa-se encontrar um culpado. Afinal, uma desculpa precisa ser levada ao cliente; e um famoso plano de ação precisa ser concebido para tentar salvar o projeto. E adivinha quem será o culpado por todo o fracasso do projeto?

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