Quem decide a melhor hora de promover uma aplicação para a produção?
Nem todo processo de change management é capaz de assegurar o melhor momento para o deploy de uma aplicação se o principal interessado, ou seja, o cliente, não esteja envolvido.
Parece que ainda está longe o dia em que o pessoal de TI vai entender que sua função é atender da melhor maneira e o mais rápido possível quem é o responsável por gerar dinheiro para a empresa e pagar seus salários.
Evidente que excessos são prejudiciais. Se, por um lado, TI deve entender as necessidades e o tempo para atender seu cliente, por outro, a área responsável por gerar negócio tem que entender que algumas coisas são impossíveis de serem realizadas no prazo desejado, com a qualidade necessária e, principalmente, com os custos sonhados.
O ciclo vicioso em atender a urgência do cliente, que precisa colocar em produção em tempo recorde um sistema que levou meses para conseguir aprovação e, caso não entre em operação até o final do ano fiscal, possivelmente perderá o budget, ganha eco na área comercial dos fornecedores que, sedentos em bater suas metas, empurram garganta abaixo nas áreas de TI contratos inexequíveis.
Mesmo sendo inexequível, porém com um forte impacto para os negócios da empresa, ao invés de encontrar a melhor estratégia para dividir a responsabilidade por ser impossível entregar no tempo desejado, a área de tecnologia prefere comprar brigas intermináveis com a área de negócio e com o cliente, querendo a todo preço provar que está correta. O resultado desta queda de braço é sempre o mesmo: TI fica com toda a responsabilidade do não cumprimento do acordado.
Como o ciclo das necessidades com pouco tempo de entrega e a demanda por novos negócios não têm a menor possibilidade de mudar, quem deve perceber este cenário e alterar suas atitudes é quem sempre fica com o ônus da culpa de um atraso no cronograma, ou seja, TI.
Já passou a hora de deixar de ficar às turras com o cronograma vendido e usar de maneira inteligente as limitações e deficiência existentes no cliente que impedirão a realização do deploy no tempo desejado, para conseguir replanejar as entregas sem, com isso, ser apontado como o único responsável pelos atrasos.
O fato é que quem sempre decide a melhor hora de promover uma aplicação para a produção é – e sempre continuará a ser – o cliente, quer a área de TI goste ou não, quer o sistema esteja totalmente pronto ou não.