Conheça a incrível história do DevOps
Aqui estamos nós falando de DevOps novamente. Na verdade, não somente nós, mas o mundo todo. De acordo com um estudo do Gartner, em 2016, 38% das empresas trouxeram a cultura DevOps para dentro de seus processos de TI e 50% pretendiam incorporá-la ativamente em suas entregas até o final desse mesmo ano. E veja que, em meados de 2010, havia gente que dizia que essa abordagem era só mais uma moda do mundo da tecnologia!
Mas quando foi dado esse start? Quem se deu conta, pela primeira vez, de que a evolução do software e a estabilidade do ambiente eram processos tão íntimos, que deveriam ser feitos de forma integrada, derrubando os muros que separavam equipes de desenvolvimento e operações? Qual a história do DevOps? Vamos contar a você de onde veio e, principalmente, para onde vai o DevOps no mundo da TI. Acompanhe:
Os problemas da abordagem tradicional de desenvolvimento de software
Nas metodologias tradicionais, o papel do time de desenvolvimento era converter requisitos em programas. Por sua vez, cabia à equipe de operações instalar e manter esses programas rodando adequadamente na infraestrutura existente.
O problema é que cada grupo trabalhava apenas pelo sucesso de sua etapa e não pelo êxito do projeto como um todo (visão fragmentada). Os trade-offs naturais do processo de desenvolvimento (como limitação de recursos) acabavam gerando conflitos entre as equipes no momento de decidir questões como:
- velocidade ou estabilidade?
- recursos ou usabilidade?
- acesso ou controle?
Além disso, como cada equipe possuía suas próprias metodologias, métricas, instrumentos e prioridades, era comum ignorar os dilemas da outra equipe, fato que acabava afetando o projeto como um todo.
DevOps: a gênese
O termo DevOps é uma conjunção entre “Development” (Desenvolvimento) e “Operations” e seu nascimento ocorreu justamente para eliminar a Torre de Babel citada acima. Mas onde começa a história do DevOps?
Diferentemente das metodologias de desenvolvimento ou padrões de arquitetura, o movimento DevOps não nasceu de uma única fonte, nem começou em um só lugar. Na verdade, existem muitos fatos que nos dão pistas sobre as origens do termo.
Para começar, é importante lembrar que o conceito surgiu após a disseminação de concepções como entrega contínua, desenvolvimento ágil e deploy contínuo (todos, presentes no Manifesto Ágil, de 2001). O que se percebe é que esse movimento incorporou ideias desse manifesto, agregando, no entanto, novos elementos.
2008. Agile Conference – Toronto-CA
O embrião da história do DevOps surge em 2008, quando Patrick Debois, administrador de sistemas, gerente de projetos e especialista em desenvolvimento, propõe discutir métodos sobre como solucionar os eternos conflitos entre as áreas de desenvolvimento e operações de TI. Essa palestra foi feita na Conferência de Agile, em Toronto (você pode ver aqui a apresentação feita no evento).
É curioso observar que o foco de Debois, na época, era apenas dar mais agilidade à área de infraestrutura, dando a entender de que era ali que residiam as ineficiências. De fato, a visão de todos sobre desenvolvimento, naquele momento, ainda era poluída e parcial, mas a virtude desse seminário estava em levantar a discussão sobre a necessidade de mudar métodos para homogeneizar o trabalho das equipes de TI.
2009. O’Reilly Velocity Conference – Flickr
Um ano mais tarde, dois especialistas da Flickr comandaram um seminário chamado “10+ Deploys per Day: Dev and Ops Cooperation at Flickr”. Na apresentação, pela primeira vez é colocado de forma mais enfática que, para gerar novos produtos e serviços de TI com agilidade, seria preciso a integração plena entre as equipes de desenvolvimento e operações.
O impacto desse seminário resultou no primeiro DevOpsDay, em Ghent, na Bélgica. Outros muitos eventos como esse ocorreram entre 2009 e 2011 ao redor do mundo. Estavam formadas as bases para a disseminação da cultura DevOps.
2011. A chancela do Gartner e a incorporação do DevOps pelas grandes empresas
Em março de 2011, o Gartner publicou um relatório no qual afirmava que, até o final de 2015, DevOps se tornaria a principal estratégia em 20% das organizações mundiais. A credibilidade do Gartner e sua chancela com relação à seriedade do movimento foi o start para que as empresas do mundo todo passassem a olhar com atenção os impactos da história do DevOps no desenvolvimento da TI.
De lá para cá, diversos gigantes do mercado passaram a investir pesado em DevOps, como IBM, HP, Amazon, Netflix, Walmart, Adobe e outras que você pode conferir aqui!
A consolidação do DevOps
O tempo mostrou que DevOps não era uma releitura de práticas existentes, nem uma teoria falaciosa com data para acabar, mas uma resposta consistente, inovadora e definitiva ao desafio das empresas em mostrar resultados mais céleres e eficientes. A história do DevOps redefiniu a forma de pensar a TI, trazendo maior participação dos stakeholders desde o início do projeto, processos automatizados de build/testes/instalações e postura no desenvolvimento que leva em conta os requisitos do time de operações.
A questão é que a cultura DevOps proporciona muito mais agilidade e reduz os riscos do projeto. Quem trouxe essa filosofia para seus processos de trabalho viu sua quantidade de deploys ser multiplicada diariamente, com redução drástica na quantidade de scripts com erros e diminuição assustadora na frequência de problemas técnicos (como incompatibilidades de versão de softwares).
O papel do DevOps na transformação digital
Empresas arrojadas, que atuam em seu departamento de TI sob uma perspectiva de experimentação contínua, adquirem vantagem competitiva nítida no setor. Isso porque a junção entre a área de desenvolvimento e a de infraestrutura gera um processo de entrega de aplicações (releases) com muito mais rapidez e qualidade, bem como um fluxo de implantações de softwares muito mais eficiente e com menor percentual de falhas.
Como consequência inevitável desse aprimoramento nos processos de TI, o que tem se verificado nas empresas que incorporam essa abordagem é um aumento significativo na satisfação dos usuários, melhoria no atendimento do time to market e, como efeito final inevitável, maior domínio de mercado.
Com o advento do DevOps, as organizações passaram a ampliar exponencialmente sua capacidade de entrega, o que parece ser a ignição para uma aceleração no desenvolvimento de novas intersecções entre tecnologias.
A própria Cloud Computing foi beneficiada pela disseminação do DevOps, uma vez que, com a maior capacidade de armazenamento de dados, as empresas demandam não somente maior fluxo de entregas, mas também maior disponibilidade de serviços contratados. Isso explica porque o IDC colocou a cultura DevOps como crítica para o sucesso dos processos de Transformação Digital nas organizações.
Vale lembrar que o êxito dessa nova forma de inter-relacionar os processos de trabalho na TI começa a surtir efeitos para além do ambiente controlado do desenvolvimento de softwares, alcançando o aprimoramento dos serviços de rede (como 5G), a criação de aplicações on-demand, o desenvolvimento das soluções em Internet das Coisas (IoT) e até operações de telecom.
O céu é o limite. As empresas que ignorarem essa revolução silenciosa tendem a enfrentar dificuldades graves de competição com as concorrentes mais ágeis e eficientes. Definitivamente, o “darwinismo corporativo” não perdoa estagnação.
A propósito, sua empresa já adotou essa abordagem em seus processos de trabalho? Caso a resposta seja negativa, entre em contato conosco para entender como a história do DevOps pode mudar também a história do business de sua organização!