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Ciclo de vida do desenvolvimento de softwares: o que eu preciso saber?

Ciclo de vida do desenvolvimento de softwares: o que eu preciso saber?

O ciclo de vida do sistema de desenvolvimento de softwares engloba o planejamento inicial, passa pela entrega do produto mínimo viável (PMV) e estabelece até quando os investimentos em uma aplicação são viáveis.

Para ajudá-lo a entender melhor o que é o ciclo de vida do desenvolvimento de softwares, quais são seus benefícios, as etapas e os principais métodos, reunimos as sete principais dúvidas sobre o tema neste post. Confira as respostas!

O que é ciclo de vida de um software?

A norma NBR ISO/IEC 12207:1998 define, de maneira oficial, o que é o ciclo de vida de um software: “Estrutura contendo processos, atividades e tarefas envolvidas no desenvolvimento, operação e manutenção de um produto de software, abrangendo a vida do sistema, desde a definição de seus requisitos até o término de seu uso.”

Em outras palavras, o ciclo de vida abrange todo o desenvolvimento, as funções e as atividades que vão desde a criação de um software até a sua interrupção ou transição. A escolha do modelo de ciclo de vida, por sua vez, é o que definirá como o software será desenvolvido, lançado, aprimorado, suportado e finalizado.

Para que serve?

A principal função do ciclo de vida é indicar as fases, atividades, entregas e responsabilidades de cada envolvido no processo de desenvolvimento de softwares.

Nesse sentido, ele funciona como um grande esquema. Seu objetivo é manter o projeto alinhado com as necessidades dos usuários e às expectativas de seus patrocinadores sem perder de vista as entregas que viabilizam a utilização do software. Logo, ele serve para permitir que pequenas entregas sejam realizadas com certa periodicidade e favorece uma melhoria contínua no processo de desenvolvimento e utilização do software.

Em quais situações o tema é útil?

Existem três situações mais comuns à utilização do ciclo de vida no desenvolvimento de softwares. A seguir, trataremos, brevemente, de cada uma delas.

1. Correção de bugs

Você conhece alguma aplicação vendida cujo fabricante, logo em seguida, começou a lançar atualizações, novas versões ou upgrades com o objetivo de corrigir falhas na versão de lançamento?

A Microsoft, por exemplo, costuma utilizar essa estratégia no processo de desenvolvimento do sistema operacional Windows. Nessa situação, o ciclo de vida funciona mais para corrigir bugs não detectados em ambientes mais controlados, como são aqueles usados nos testes. Contudo, esses problemas são facilmente encontrados em contextos mais complexos, como o dos usuários finais.

Muitas vezes, ocorre a descontinuidade no desenvolvimento de um software dada a enorme quantidade de correções necessárias. O exemplo mais famoso dessa situação foi o lançamento do sistema operacional Windows ME ou Milênio, substituído, em pouco tempo, pelo Windows XP.

2. Inovação e desenvolvimento de novas funcionalidades

Muitas empresas utilizam o conceito de produto mínimo viável (PMV) para lançar uma primeira versão de um software. Nessa versão, são contempladas apenas as funcionalidades mínimas exigidas pelos usuários finais.

A partir desse PMV, são feitos testes de usabilidade e levantamentos sobre funcionalidades indispensáveis e desejáveis, necessidades de integração da aplicação com outros sistemas e assim por diante; tudo para que o produto final atenda a 100% das necessidades e expectativas dos usuários e clientes.

Nesse contexto, o ciclo de vida vai orientar todo o desenvolvimento complementar do PMV e estabelecer um roadmap para as fases seguintes do projeto.

3. Descontinuidade de um software

Existem vários motivos para se decretar a descontinuidade de um software, por exemplo:

  • os custos do seu desenvolvimento e adequação a novos cenários inviabilizam a sua continuidade;
  • sua substituição por outras aplicações mais completas;
  • a quantidade de clientes que adotaram a solução ficou abaixo da expectativa da empresa e inviabilizou seus custos de manutenção ou desenvolvimento adicional.

Quase sempre, as grandes empresas oferecem um sistema substitutivo para aqueles descontinuados; outras, simplesmente, retiram do mercado o software que estava em desenvolvimento.

É importante salientar que muitos modelos de ciclo de vida consideram o encerramento do ciclo no momento da adoção do software pelo cliente.

Quais são as principais etapas do ciclo de vida?

Existem três etapas principais no ciclo de vida do desenvolvimento de softwares: a definição, o desenvolvimento e a operação.

1. Definição

É o momento em que ocorre o planejamento do projeto, são levantados os requisitos mínimos, é estudada a viabilidade do software e definido qual modelo de ciclo de vida será usado.

2. Desenvolvimento

O desenvolvimento envolve as atividades de especificações, design, prototipagem, arquitetura da informação, codificação, testes e criação de integrações com outros sistemas, quando necessário.

O resultado dessa etapa pode ser um PMV ou o software desenvolvido e concluído.

3. Operação

A última parte pode ser de suporte aos usuários e correção de possíveis bugs. Também pode contemplar a continuidade do desenvolvimento do software para atender a novos requisitos dos usuários. Ambos os casos dependem do modelo de ciclo de vida selecionado para o projeto.

Quais são os principais modelos de desenvolvimento de software que podem ser usados em seu ciclo de vida?

Existem, ao menos, sete modelos de ciclo de vida para o desenvolvimento de softwares: em cascata, em V, incremental, Rapid Application Development (RAD), espiral, prototipagem e evolutivo.

Aqui, vamos nos deter aos dois mais conhecidos e utilizados:

Modelo em cascata

Foi criado em 1970 e é o modelo mais tradicional. Ele indica que uma nova fase só pode começar quando a anterior for concluída, documentada e aprovada pelo cliente.

A primeira versão para o cliente é entregue apenas no final do ciclo, e a ênfase do modelo está nas etapas de planejamento e desenvolvimento do software.

A principal crítica a esse modelo volta-se para o fato de ele considerar a realidade estática e bem conhecida para realizar o desenvolvimento de um software. Quase sempre, a realidade das empresas e dos usuários é complexa, dinâmica e carregada de mudanças.

Seu principal benefício é a facilidade de gestão do projeto.

Modelo evolutivo

Diferentemente do modelo em cascata, o evolutivo conceitua que qualquer condição é manifestada no período de planejamento. Por isso, o projeto faz entregas de acordo com as exigências conhecidas naquele momento, pede para o cliente utilizar o software e solicita feedbacks para desenvolver versões atualizadas.

Esse modelo proporciona novas funcionalidades ao consumidor e se adapta facilmente a cenários dinâmicos. Sua desvantagem é a falta de capacidade de determinar limites evidentes em relação ao desígnio e ao tempo de projeto, o que requer maior trabalho em seu gerenciamento.

Qual é a importância do ciclo de vida do sistema?

Não tem como negar que o ciclo de vida de um sistema é importante. Afinal, quando ele está presente no desenvolvimento de um software, todo mundo sai ganhando: a empresa desenvolvedora, que poderá entregar produtos diferenciados; o cliente, que recebe o melhor recurso para o seu negócio; e o usuário, que terá, em mãos, um software prático, intuitivo e ajustado às suas necessidades.

Implantando o ciclo de vida de um sistema, é possível enxergar as reais necessidades do aplicativo e desenvolvê-lo da melhor forma, sem correr o risco de projetar um software e, em seguida, precisar lançar outras versões para ajustar falhas. Quanto antes forem encontrados os erros, além de se garantir excelência na execução, impede-se um gasto desnecessário posteriormente.

O ciclo de vida do sistema permite que o software passe pelo controle sobre a qualidade do código e certifica verificações bem executadas. Dessa forma, todos os projetos desempenharão as mesmas fases, não sendo ignorada nenhuma etapa que possa prejudicar o resultado final.

Quais são as principais vantagens de mapear, analisar e acompanhar o ciclo?

O ciclo de vida do sistema traz inúmeros benefícios para o software e, consequentemente, para a empresa desenvolvedora, para o cliente e para o usuário final, por exemplo:

1. Padronização

Como pode acontecer de um colaborador deixar de prestar serviços para a empresa ou uma troca de equipe, o ciclo de vida concebe uma padronização na elaboração do software, permitindo que o coordenador dê continuidade ao projeto sem interferências, já que as equipes estarão acostumadas ao padrão. Assim, independentemente de mudanças dentro da empresa, o cliente receberá o produto combinado.

2. Cumprimento de prazos

O ciclo de vida também pode ser considerado um formato de roteiro que facilita a vida dos profissionais envolvidos, já que, sem ele, a tarefa acaba sendo complexa e repetitiva, aumentando-se o risco de erros e ocasionando queda de produtividade.

Sendo assim, o ciclo de vida do roteiro auxilia no cumprimento de prazos e permite que o programador esteja mais atento às dificuldades do projeto, o que otimiza a entrega e, consequentemente, deixa o cliente satisfeito

3. Redução de custos

Como o ciclo de vida permite a visualização do software inteiro, fica mais fácil para o desenvolvedor observar cada processo e retirar ações desnecessárias para o funcionamento, o que não apenas otimiza a entrega como reduz os custos de produção. Além disso, ao desenvolver um aplicativo de qualidade, não são necessárias atualizações frequentes para a correção de bugs, o que, certamente, impacta nos gastos.

4. Cliente satisfeito

O mercado de programação tem estado bastante concorrido, ou seja, existem inúmeros programadores e empresas que oferecem o serviço por variados preços. Sendo assim, é essencial que a sua empresa ofereça um serviço diferenciado. É nesse momento que o ciclo de vida do sistema entra em ação, já que ele permite a criação de um aplicativo sem bugs e projetado conforme a sua necessidade. A consequência é um cliente feliz com sua experiência e um case de sucesso, o que, com certeza, atrai novos consumidores.

Usar o ciclo de vida do sistema é uma das melhores formas de se garantir um bom alinhamento entre o desenvolvimento de softwares e as necessidades dos usuários e das empresas que os utilizam. Também é importante para se garantir a viabilidade e a continuidade de um projeto.

Agora que você já conhece as respostas para as principais dúvidas sobre o ciclo de vida do desenvolvimento de softwares, continue aprendendo com a gente, acessando conteúdos complementares como este: “Tudo o que você precisa saber sobre desenvolvimento de software”.

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