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DevOps vs SRE: entenda quais as principais diferenças

DevOps vs SRE: entenda quais as principais diferenças

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Dois termos que estão se tornando cada vez mais populares no mundo da TI e que ainda deixam muita confusão por onde são utilizados é a relação entre DevOps vs SRE. Entender sobre o que eles realmente significam para as empresas e profissionais mais modernos do mercado pode ser um pouco complexo.

Muitos de nós, atuantes na área de tecnologia, podemos empregar os termos de forma intercalada, o que pode criar ambiguidades e equívocos no entendimento de necessidades específicas para diversos modelos de negócio. Por isso, neste post, abordaremos as principais diferenças entre eles para ajudar você a compreender qual termo é usado e quando.

Durante o artigo, vamos comparar detalhes entre SRE e DevOps, assim como algumas informações úteis sobre a história, o surgimento e a aplicação cotidiana de cada um deles. Vamos lá?

O que é SRE?

As empresas devem se preocupar com SRE quando necessitam de um maior controle sobre os sistemas utilizados em seu dia a dia. A sigla SRE é um acrônimo para “Engenharia de Confiabilidade de Sistemas”, (ou originalmente do inglês, “Site Reliability Engineering”).

É uma disciplina, um conjunto de práticas profissionais, que pode englobar várias áreas de conhecimento (incluídos na Tecnologia da Informação e no Desenvolvimento de Sistemas). Os profissionais de SRE precisam estar atentos à segurança, à disponibilidade, à performance e ao monitoramento dos sistemas e sites pelos quais são responsáveis, resumidamente.

Ou seja, a principal preocupação da SRE é garantir que os sistemas de uma empresa, sejam aqueles utilizados durante a produção ou prestação de serviços, (sejam os próprios sites institucionais entre outros sistemas da empresa), estejam sempre em funcionamento e que consigam lidar com qualquer tipo de falha que venha eventualmente acontecer.

O que é DevOps?

DevOps é o paradigma que promove a integração e interação entre desenvolvedores de software e profissionais de TI que operam, monitoram e mantêm sistemas complexos. O DevOps usa um conjunto prático de técnicas para permitir uma melhor comunicação, colaboração, automação dos processos — alinhados às metodologias Agile.

A sigla DevOps deriva do termo “desenvolvimento” e da abreviatura de “operações” — originalmente do inglês, Development Operations. É uma abordagem cada vez mais conhecida pelas empresas brasileiras, buscando o aumento da agilidade e da qualidade dos produtos de software, inclusive durante seu desenvolvimento.

O DevOps pode envolver a automação de processos, criação de parcerias estreitas entre diferentes equipes e fornecer um foco maior na excelência do produto final para o cliente. Entre seus maiores benefícios, estão: um ciclo de feedback mais rápido, uma melhor comunicação e maior flexibilidade na implementação de mudanças.

Como o objetivo é aumentar a eficiência dos processos de TI nas companhias, as ferramentas e métodos utilizados em uma DevOps tendem a ser bastante tecnológicas e avançadas, dependendo de pessoal altamente especializado para operá-las. Algumas das mais importantes são:

  • Gerenciamento de Código-fonte: controla as versões do software durante todo o seu ciclo de vida;
  • Integração Contínua: automatiza os testes para que possíveis erros sejam identificados precocemente;
  • Entrega Contínua com deployment automatizado: garante que as novas versões do software estejam sempre disponíveis para uso.

Quais as principais diferenças entre SRE e DevOps?

Como você já deve ter compreendido até agora, o SRE é focado na disponibilidade dos serviços, enquanto o DevOps é focado no fluxo de trabalho de desenvolvimento e na implantação dos sistemas.

Os engenheiros do site da Google foram os primeiros a cunharem o termo SRE, em 2003. A ideia era combinar as melhores práticas de operações com um mindset orientado ao produto de software ali trabalhado para melhorar a escalabilidade dos serviços da empresa. Desde então, outras organizações adotaram este modelo e adaptaram-no às suas necessidades específicas.

Enquanto isso, o termo DevOps surgiu como uma forma de descrever a mudança cultural que estava ocorrendo nas organizações devido às novas tecnologias, surgindo constantemente. Podemos até mesmo dizer que o DevOps surge como um movimento comunitário e social, não tanto orientado para processos e ferramentas.

Ele melhora as colaborações entre equipes de desenvolvimento, testes e operações em todo o ciclo de vida do software (suportando melhor, por exemplo, a integração contínua). Com isso, é possível dar mais efetividade para os esforços de desenvolvimento.

No entanto, ao passar dos anos evidente que isso era apenas parte da solução ideal. A resposta acabou sendo prevenir esse problema por meio de uma organização ainda mais adequada, em vez de tentar resolver tudo apenas por meio da incorporação de setores e interdisciplinaridade compulsória das tarefas.

É aqui que entra o conceito SRE nas Operações de Desenvolvimento: as empresas começam a também utilizar a abordagem do Google para projetar e implementar produtos mais escaláveis, confiáveis ​​e automatizados por meio de uma combinação única de técnicas operacionais e orientadas a produtos de software.

Enquanto as equipes DevOps podem ter um objetivo comum, como uma melhor colaboração, os engenheiros SRE estendem tal pensamento com outro nível adicional: eles precisam criar soluções novas para problemas existentes, fazendo isso por meio de implementação de scripts, desenvolvimento de novos algoritmos, soluções e funcionalidades para o sistema em que atuam.

Isso é possível devido à forma particularmente útil dessa área de olhar o mundo dos servidores Web para funcionarem de maneira mais dinâmica, quase orgânica.

Guia Rápido DevOps

Quais as principais aplicações que podemos encontrar em SRE e em DevOps?

Em primeiro lugar, o foco de SRE em produtos orientados a software resultou na criação da ferramenta Borg. Desenvolvida originalmente para manipulação de grandes clusters, ela permitiu que os engenheiros da mesma empresa automatizassem muitas das tarefas operacionais onerosas por trás dos servidores Web do Google.

A ideia era usar pequenos scripts (que podem ser executados milhares de vezes) para realizar vários processos — instanciar novas máquinas virtuais, gerenciar todos esses sistemas de uma só vez etc.

Uma outra forma pela qual SRE foi implementado através da ferramenta chamada Stubby. Uma solução RPC, open source e baseada em protocolos de buffers, que suportava outro princípio importante: serviços autossuficientes e procedurais.

Em poucas palavras, a ferramenta consegue gerenciar e monitorar os serviços da Google para assegurar que estão sempre disponíveis quando são necessários (sem ter que ser constantemente monitorados). Em SRE os profissionais devem se concentrar mais na automatização do processo operacional, enquanto em DevOps o foco está no ciclo completo de software e como podemos integrar todos esses elementos diferentes em um conjunto coeso.

Foi com base nessas ideias que o conceito de DevOps foi definido inicialmente por Patrick Debois em 2009 como uma forma de combinar práticas ágeis: “agilidade” com melhores técnicas operacionais. Desde então, ele tem sido amplamente adotado pelas organizações devido à sua abordagem pragmática para lidar com complexidades tecnológicas — especialmente aquelas relacionadas com a computação em nuvem.

A verdadeira essência do DevOps é combinar as melhores práticas operacionais com tecnologias mais modernas para criar processos mais eficientes (que sejam automatizados para poupar recursos preciosos para as empresas).

Se uma organização não adaptar isso à sua infraestrutura, ela simplesmente não funcionará de maneira adequada. Os engenheiros terão de voltar aos processos tradicionais. Um exemplo disso pode ser encontrado na Netflix, empresa distribuidora de conteúdos por streaming: quando tentaram mudar a Amazon Web Services para serviços opensource, como o OpenStack, tiveram de rever totalmente o seu modelo SRE devido à tal complexidade adicional.

O que essas modificações podem beneficiar as empresas, na prática? DevOps vs SRE

DevOps

Economia de recursos

Uma das principais vantagens da implantação do DevOps é a economia de recursos. Isso acontece porque o processo torna mais eficiente a utilização dos servidores, reduzindo o tempo que cada equipe gasta em tarefas manuais e automatizando outras. Com isso, sobra mais tempo para as atividades essenciais às organizações.

Aumento da produtividade

Outro benefício importante é o aumento significativo da produtividade das equipes envolvidas no projeto. Tudo isso graças à maior colaboração entre elas, uma vez que todas trabalham em conjunto para alcançar os objetivos estabelecidos pelo cliente final.

Melhora na comunicação

Um dos grandes problemas enfrentados pelos desenvolvedores durante um projeto é a falta de comunicação e coordenação entre as equipes. Com o DevOps, isso não será mais um problema, pois todos os envolvidos estarão em constante contato e terão acesso às mesmas informações. Dessa forma, é possível reduzir drasticamente os erros durante os projetos.

Processos otimizados e produção mais ágil

Outro ponto favorável é a agilidade que esse modelo oferece para as empresas. Isso porque com o DevOps é possível implantar novas funcionalidades de maneira rápida e segura, sem medo de causar instabilidades no sistema. Além disso, essas mudanças podem ser feitas com muito mais frequência do que nos modelos tradicionais.

SRE

Gerenciamento de Incidentes

Gerenciar incidentes eficientemente é crucial para as empresas, pois permite que elas identifiquem e resolvam problemas rapidamente. A aplicação dos conceitos de SRE pode auxiliá-las nesse processo, uma vez que prioriza a automação e a simplificação das tarefas. Além disso, o foco na melhoria contínua do sistema também é um aspecto importante da metodologia.

Otimização do Produto 

Desde o desenvolvimento de produtos, as empresas buscam criar produtos e serviços de excelência. No entanto, é preciso ter cuidado para não perder o foco do objetivo final: a satisfação do cliente. A metodologia SRE visa justamente isso: manter o equilíbrio entre qualidade e quantidade.

Ou seja, oferecer um produto que atenda às expectativas dos usuários sempre que ele for solicitado, mantendo os custos mais baixos possíveis.

Para isso, são considerados diversos fatores como a capacidade de processamento das máquinas, o tempo de resposta esperado pelos clientes etc. Com base nessas informações é possível calcular o ponto ideal em que a relação custo-benefício estará equilibrada — dessa maneira, as chances de sucesso do negócio são bem maiores!

Cumprimento de SLA 

SLA significa Service Level Agreement, ou seja, um acordo de nível de serviço. É uma forma de assegurar que determinados requisitos e objetivos em relação a um produto ou serviço sejam cumpridos. O SRE é responsável pelo cumprimento dos SLAs da empresa de maneira facilitada, garantindo que os clientes recebam o melhor serviço possível.

Isso pode beneficiar diretamente a imagem da marca e fidelizar mais consumidores com mais agilidade na entrega de serviço e aumento da eficiência operacional.

Como vimos durante nosso artigo, a finalidade da SRE é assegurar que os sistemas estejam sempre disponíveis e funcionando conforme os requisitos, além de monitorar constantemente o ambiente para detectar problemas em potencial. Já o DevOps é uma filosofia de trabalho que visa integrar as equipes de desenvolvimento e operações para criar um ambiente mais colaborativo. Assim, existe uma complementariedade entre DevOps vs SRE.

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