Migração para a nuvem, tudo que você precisa saber antes de investir nela
A computação em nuvem é um dos pilares da transformação digital, sendo a base para a implementação de uma série de tecnologias e recursos indispensáveis para a operação das empresas modernas, como a migração para a nuvem. Os ERP mais robustos podem ser acessados na nuvem além dos sistemas de Business Intelligence, as melhores plataformas de testes e desenvolvimento de softwares e muito mais.
Nesse cenário, muitas empresas estão abrindo mão de suas infraestruturas físicas locais para migrar para a nuvem, em busca de uma maior escalabilidade, segurança, flexibilidade, mobilidade e capacidade de integração. Neste guia, vamos entender o que é migração para nuvem, suas principais estratégias, desafios e benefícios. Confira!
O que significa migrar para a nuvem?
A migração para a nuvem é um processo no qual os recursos digitais são movidos da infraestrutura local para uma nuvem. Nos negócios, existem três situações principais em que você se beneficiará dessa migração.
Primeiro, a empresa pode mover suas fontes de dados para uma nuvem — bancos de dados, arquivos compartilhados etc. Isso facilita a vida das pessoas que precisam trabalhar nos mesmos dados ou arquivos, aumentando a produtividade e facilitando os projetos em equipe. Os benefícios que vêm juntos são: flexibilidade, mobilidade e segurança.
Em segundo lugar, a empresa tem a possibilidade de mover os softwares utilizados em seus processos, para a nuvem. Embora nem todos os aplicativos possibilitem esse tipo de instalação, o uso de aplicações em nuvem está se tornando cada vez mais popular. E não é à toa essa migração de aplicações, por vários motivos, incluindo custos de manutenção mais baixos e maior flexibilidade.
A terceira acontece quando é a sua empresa que fornece software. Nesse cenário, você pode então usar serviços dedicados, plataformas e componentes prontos para criar um aplicativo baseado em nuvem. Esse aplicativo se beneficiará das vantagens da computação em nuvem e melhorará a experiência do usuário.
Devo migrar tudo?
É importante ressaltar que você nem sempre pode ou precisa migrar todos os seus recursos para uma nuvem. Muitas vezes é aconselhável manter alguns dados cruciais dentro do ambiente local, por razões específicas, como a necessidade de manutenção de um software tradicional que ainda não se adapta bem nesse ambiente
Além disso, dependendo de como sua empresa funciona e quais são seus planos de desenvolvimento, você deve decidir quais processos serão mais beneficiados com a migração e quais não precisam dela. É até possível projetar e criar um ecossistema que consiste em sua infraestrutura local e uma nuvem. Escolher a combinação certa permitirá que sua empresa experimente o vasto conjunto de benefícios do cloud computing.
Como funciona o processo de migração para a nuvem?
A migração para a nuvem é um processo complexo, que não pode ser feito de um dia para o outro, sem um planejamento prévio. Neste tópico, vamos entender como funciona o processo de migração para a nuvem, ressaltando suas principais etapas.
Crie um plano de migração
Para que a migração de fato corresponda às demandas da empresa, antes de iniciar o processo, é de suma importância a criação de um plano que alinhe a migração às estratégias de crescimento da empresa — visando a solução que mais se conecte às necessidades atuais.
Nesse cenário, a primeira etapa a ser executada é a definição do que será migrado, avaliando as criticidades, benefícios que o processo poderá trazer para cada tipo de dados corporativos e para as operações.
É sempre importante partir do princípio de que nem toda aplicação está pronta para se beneficiar do ambiente em nuvem, ou seja, é importante analisar a importância dessas aplicações para a natureza dos negócios, para que as operações não sejam interrompidas.
Elabore um cronograma
Para fazer um cronograma de migração, é importante começar com um mapeamento completo dos processos corporativos, definindo o que é mais importante e as etapas que serão seguidas na transição para a nuvem.
A elaboração de um cronograma contribui para que haja uma maior organização, o que leva a uma natural redução de erros e retrabalhos — para que os prazos sejam cumpridos — ou seja, que cada fase seja concluída com sucesso. Embora a criação do cronograma seja livre, de acordo com a demanda de cada empresa, há alguns parâmetros que devem ser levados em conta, como:
- estabelecimento da melhor forma da migração a ser realizada;
- definição das fases, levando em conta os serviços e dados que serão migrados em cada uma;
- definição dos prazos para cada procedimento;
- avaliação dos processos para verificar a sua eficácia.
Escolha o modelo de nuvem ideal
Existem vários modelos de serviços em nuvem que podem ser adquiridos para a migração. A escolha correta deve estar relacionada a demanda de sua empresa. Você tem os modelos tradicionais: nuvem pública, nuvem privada e híbrida. Tem também o modelo que se apresenta como grande tendência, o multcloud.
Nesse cenário, deve ser avaliado os prós e contra de cada modelo para que a escolha seja certeira, caso contrário, a escolha equivocada, além de prejudicar os processos, poderá atrasar a implementação e a volta à operacionalidade. Veja abaixo as características de cada modelo de nuvem.
Nuvem pública
A nuvem pública, como o próprio nome sugere, é aquela que é compartilhada entre vários clientes. É um modelo de nuvem mais acessível a empresas com um menor orçamento, pois todos os custos acabam sendo divididos entre os demais ocupantes do mesmo servidor. É importante ressaltar que, embora não seja um ambiente dedicado, na nuvem pública as informações de cada cliente permanecem exclusivas e acessíveis apenas ao titular.
Nuvem privada
A nuvem privada é um ambiente 100% dedicado a um cliente, ou seja, os recursos disponíveis não são compartilhados com outros usuários. Nesse ambiente, o usuário tem a flexibilidade para fazer suas personalizações, com maior escalabilidade, podendo aumentar ou reduzir a quantidade de recursos de acordo com as demandas.
Por ser um ambiente privado e exclusivo, esse modelo de nuvem tende a ser um pouco mais caro. Isso faz com que seja adotado com maior frequência pelas médias e grandes empresas, que demandam um maior controle sobre o ambiente que hospedam suas aplicações e dados.
Nuvem híbrida
A nuvem híbrida é a combinação das duas soluções anteriores, de acordo com as demandas da empresa, sendo utilizadas muitas vezes como uma forma de baratear os custos. É possível, por exemplo, migrar o que for menos crítico e de rápido acesso para a nuvem pública, e utilizar a nuvem privada como um ambiente mais controlado e com acesso mais restrito.
Multicloud
Multicloud é um modelo de implantação de computação em nuvem que permite que as organizações utilizem várias nuvens públicas e privadas, contendo uma ou várias combinações dos seguintes cenários: vários fornecedores de nuvem, várias contas de nuvem, várias zonas de disponibilidade de nuvem etc.
Busque ajuda especializada
Nem toda empresa conta com uma equipe experiente em processos de migração, e por se tratar de um procedimento específico, a melhor alternativa, nesse cenário, é a contratação de um parceiro especializado.
Esse parceiro especializado poderá contribuir guiando todo o processo, desde a definição do melhor modelo de nuvem, até a identificação e implementação de melhorias de acordo com a demanda e disponibilidade financeira da empresa.
Se você tem uma equipe de TI competente em sua empresa, poderá contar com os serviços de consultoria especializada, que contribuirá com toda a parte conceitual. Caso a sua equipe seja enxuta, a alternativa pode ser o Outsourcing de TI, para que a empresa especializada possa assumir a migração do início ao fim.
Crie um plano de integração
A migração para a nuvem não começa e termina na migração em si, pois, além do planejamento inicial é necessário pensar, também, no momento pós-migração. Isso porque, a migração, dependendo da estratégia utilizada, poderá demandar uma série de mudanças, que precisam ser alinhadas após o término da migração.
Outro fator importante, é que a implementação deste ambiente promove a centralização, exigindo a integração vários colaboradores e setores do negócio, para que sejam definidos fatores críticos, como
- norma de acesso aos dados;
- termos de utilização para a utilização de softwares;
- termos para a definição dos processos e requisitos necessários para a edição de arquivos;
- etc.
Execute testes de segurança e performance
Para saber se a migração está sendo bem-sucedida, vocês terão que criar testes para identificar parâmetros específicos. Em relação a segurança, por exemplo, em que o padrão na nuvem é diferente do prado de um ambiente local, você pode investir em testes que simulem tentativas de driblar o sistema, para identificar eventuais vulnerabilidades.
É necessário, também, medir o desempenho, avaliando os índices de produtividade, a qualidade da conexão, os eventuais entraves e o que mais for preciso para deixar tudo alinhado para que não haja perda de produtividade após a migração. Assim, será possível descobrir os problemas no começo, evitando que eles virem uma bola de neve.
Quais os tipos de estratégias de migração?
Quando falamos em migração, pode parecer que estamos nos referindo a um processo único e estático. Porém existem vários tipos de estratégias para que a migração seja realizada, também conhecida como os 6 “Rs” da migração. É sobre eles que falaremos neste tópico. Acompanhe!
Rehosting — Nova hospedagem
Essa estratégia consiste em fazer uma cópia exata dos arquivos do servidor local, sem grandes alterações para acelerar o ROI. É basicamente um deslocamento de pilhas do ambiente local para o ambiente em nuvem
Essa estratégia é comumente adotada por empresas com uma cultura conservadora ou por aquelas que não traçaram nenhuma outra estratégia a longo prazo em relação à computação em nuvem — ou seja, aquela que não tem perspectiva de aproveitar os recursos avançados que a nuvem oferece.
Replataforming — Atualização da plataforma
Nessa estratégia há uma variação durante o processo de transferência em relação a anterior, com alguns ajustes para tornar a nuvem mais otimizada.
O que não se altera é a arquitetura das informações, ou seja, é uma estratégia que também se encaixa em empresas mais conservadoras — mas que estão abertas a conhecer o ambiente em nuvem, ao mesmo tempo que colhe os benefícios da migração, como o aumento do desempenho do sistema.
Repurchasing — Reaquisição
Nessa estratégia temos uma mudança mais profunda, com a migração das aplicações para um produto novo e nativo da nuvem. Isso acontece quando a empresa resolve adotar um ERP baseado em nuvem — SaaS — para substituir a sua aplicação anterior.
O desafio, nesse cenário, é acelerar a familiaridade com a nova plataforma, qualificando a equipe. Por ser uma migração para uma solução pronta e completa, a estratégia Repurchasing é considerada a opção mais econômica para as empresas que estão migrando de um ambiente mais antigo e altamente personalizado.
Refactoring — Refatoração
Na refatoração, há uma mudança mais profunda que envolve a reconstrução das aplicações do zero. Isso pode ser impulsionado por uma oportunidade de mercado, ou seja, uma necessidade comercial, ou quando o gestor de TI enxerga a oportunidade de aproveitar recursos da nuvem que não estavam disponíveis no ambiente local, como a computação sem servidor e o dimensionamento automático.
Por ser uma mudança estrutural, com a necessidade de criação, desenvolvimento, testes e implementação de uma solução nova, a refatoração é mais cara, mas se prova mais compatíveis com as demandas futuras.
Retiring — Descontinuação
Um dos requisitos para a boa migração para a nuvem é a avaliação do portfólio das aplicações em relação à sua disponibilidade para o ambiente do cloud computing. Nesse cenário, o gestor pode identificar algumas aplicações que não entregam mais valor e que podem ser desativadas.
Com a economia resultante dessa desativação, poderá contribuir para a otimização das aplicações que entregam valor e que tem viabilidade para a migração.
Retaining — Retenção
Nem todas as empresas estão prontas para fazer a migração da nuvem de forma total. Isso pode acontecer, por exemplo, quando a corporação não pode migrar os dados do ambiente local por questões de conformidades. Pode acontecer quando a empresa ainda não está pronta para dar prioridade para uma aplicação recentemente atualizada.
Nesse cenário, talvez a melhor solução seja a retardação do processo de migração completa, enviando para a nuvem apenas o que faz sentido para a empresa no momento.
Quais as vantagens de migrar para a nuvem?
Se ainda não decidiu migrar seus ativos para uma nuvem, considere avaliar os benefícios. Veja se eles se aplicam ao seu negócio e o que podem contribuir para a otimização de processos, segurança e produtividade. Veja a lista de benefícios da migração para a nuvem abaixo para descobrir como esse processo pode influenciar a maneira como você trabalha.
Escalabilidade
É mais “confortável” crescer e melhorar continuamente a qualidade do seu trabalho ao usar soluções baseadas em nuvem. Isso porque, quando a empresa trabalha com uma infraestrutura física local, tem o seu crescimento condicionado a capacidade de recursos do servidor.
Caso o servidor esteja sobrecarregado, o projeto de crescimento e melhoria deverá ser criado ao lado de um projeto de upgrade de infraestrutura, o que atrasa a resposta às demandas de mercado.
Confiabilidade
Juntamente a uma melhor escalabilidade, vem a maior confiabilidade, pois o ambiente em nuvem é projetado para ser acessível em tempo integral, ou seja, sempre pronto para funcionar.
Nesse cenário, você deixa de depender apenas de um servidor ou data center. Como resultado, você pode contar com um SLA mais alto, às vezes atingindo 100% de acessibilidade.
Recuperação de desastres e backup automático
Outro benefício da migração em nuvem é a sua redundância, que ajuda a garantir a integridade dos dados em caso de avaria. Isso acontece porque a nuvem é muito resistente à perda de dados, porque armazenam cópias dos arquivos em vários locais.
Segurança
Os provedores de nuvem geralmente têm acesso a soluções de segurança melhores e mais resistentes a violações, além de contar com especialistas na proteção desse tipo de ambiente. Ao migrar adotando o modelo SaaS, por exemplo, você não precisa mais se preocupar com atualizações, pois elas acontecem de forma automática.
Além disso, os provedores de nuvem costumam oferecer o chamado Modelo de Responsabilidade Compartilhada, no qual a responsabilidade pela manutenção e segurança é dividida entre o cliente e o provedor.
Custos mais baixos
Só de não ter que lidar com a manutenção de infraestruturas físicas, que demanda equipe especializada apenas para manter tudo funcionando, além de periféricos e recursos como energia elétrica e refrigeração, a empresa conseguirá uma boa redução ao optar pela migração.
Além disso, se você escolher, por exemplo, IaaS (Infrastructure as a Service), você ganhará a capacidade de ajustar a infraestrutura e os custos à sua situação e necessidades atuais.
Aprimoramento do monitoramento e análise
As soluções em nuvem geralmente têm serviços de monitoramento integrados. Juntamente ao registro automático e padronizado das principais métricas, você tem acesso aos dados mais confiáveis sobre sua infraestrutura e manutenção. Melhor ainda, a maioria dos provedores de nuvem oferece notificações por e-mail sobre o estado de sua infraestrutura.
Maior mobilidade
Com uma nuvem é muito mais fácil (e mais seguro) trabalhar remotamente. A migração tornou-se ainda mais vital após o surto da pandemia de COVID-19, que obrigou as pessoas e empresas a mudarem uma série de rotinas, incluindo a adoção do home office. Essa maior mobilidade também significa que mover seu escritório se torna mais fácil, ou seja, sua empresa mais flexível.
Pegada de carbono reduzida
Por último, mas não menos importante, graças às economias de escala, os provedores de nuvem geralmente são mais sustentáveis, adeptos da TI verde, e produzem com uma pegada de carbono menor. Além disso, com a virtualização completa, a empresa deixa de utilizar uma série de insumos, reduzindo a necessidade de extração de matéria prima e a produção de resíduos.
Quais os desafios de migração para a nuvem?
Já entendemos o que é migração para a nuvem e sua importância para a otimização de uma série de processos corporativos. Mas, para colher todos os benefícios que essa migração pode trazer, é importante garantir que tudo ocorra sem grandes problemas.
Mesmo caprichando na escolha do provedor em nuvem, todo processo de migração passará por algum grau de risco. Nesse cenário, é de suma importância antever aos principais desafios para a boa migração em nuvem e, neste tópico, listamos os principais. Confira!
Período de indisponibilidade inicial
Um dos principais desafios para a migração em nuvem é o período inicial de inatividade que a empresa pode passar, afinal os serviços internos poderão ter que ficar indisponíveis de forma temporária.
Antever esse desafio é de suma importância, pois essa interrupção poderá prejudicar a produtividade, com a paralisação dos softwares corporativos e na comunicação, pois o acesso aos dados dos clientes se torna inviável. Por isso, é importante manter um backup adequado para que haja esse suporte.
Extravio de dados
O extravio de dados é outro problema que pode ser visto como consequência de uma migração não planejada com base em todos os cenários possíveis. Isso porque, no caminho para a nuvem, essas informações poderão ficar mais vulneráveis, correndo o risco de violação, ou de simplesmente se tornarem indisponíveis.
Nesse cenário, é importante tomar todos os cuidados necessários para reduzir ao máximo qualquer risco de violação, com controles severos de segurança em nuvem, como controle de acesso e criptografia.
Gerenciamento de recursos
A mudança de uma estrutura física para um ambiente virtual pode causar uma certa desestabilização em parte da equipe, pois nem todos profissionais confiam 100% na nuvem. Além disso, esses profissionais deverão ser capacitados para lidar com a infraestrutura, por meio de treinamentos e workshops.
Há casos em que a introdução da nuvem como ambiente de infraestrutura requer a criação de novas funções de gerenciamento, ou a transformação do modelo de negócios. Tudo isso deve ser analisado de forma prévia para não atrasar os processos.
Interoperabilidade
Nem sempre as aplicações que a empresa utiliza atualmente vão se adequar ao ambiente em nuvem atuais. Nesse cenário, a solução pode ser readaptação dos processos aos do provedor de nuvem, para não perder produtividade.
Esperamos que, após a leitura deste guia sobre migração para a nuvem, vocês estejam prontos para emergir de vez na transformação digital. Para fazer essa migração com segurança e qualidade, ou seja, sem colocar os seus dados em risco e perdendo o mínimo possível de produtividade, conte com um parceiro especializado para garantir que a sua empresa colherá todos os benefícios.
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